Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o autismo, oficialmente conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), atinge 1 em cada 160 crianças no mundo e 2 milhões de pessoas só no Brasil. Para muitos, essa condição ainda é vista como tabu por se tratar de um problema psiquiátrico. Normalmente identificado na infância, entre 1 e 3 anos de idade, os primeiros sinais às vezes podem aparecer já nos primeiros meses de vida. É um transtorno sério que necessita de uma grande atenção para com o paciente.
Os autistas apresentam desenvolvimento físico normal, ficando prejudicadas apenas as interações sociais com o próximo, algumas habilidades motoras e a manutenção de relações afetivas. Quando criança, o autista apresenta uma constante repetição de movimentos e um certo atraso mental. Na adolescência a repetição de comportamentos continua juntamente com a dificuldade de se comunicar. Quando adulto, os sintomas tendem a ficarem mais leves e o portador do distúrbio consegue estudar, trabalhar e projetar relações afetivas. Mesmo assim, é preciso que o tratamento seja feito até o fim da vida.
Os tratamentos mais convencionais são o uso de antidepressivos e ansiolíticos, que acabam gerando fortes efeitos colaterais principalmente em pacientes que precisam de doses altas por muitos anos. Em ocorrências mais extremas, pode-se até ser receitado um antipsicótico comum em casos de esquizofrenia. Diante dos problemas gerados e da não solução do problema, há alguns anos a opção do uso do canabidiol (CBD) para o tratamento vem sendo discutida por apresentar uma interferência menos agressiva ao organismo.
Essa substância age no corpo humano por meio do sistema endocanabinoide, uma vez que inserida no organismo, um conjunto de neurotransmissores se ativam e acionam o CBD. O cérebro de pessoas com o transtorno autista tem estímulos neuronais maiores do que o normal e podem chegar até a inflamar. O CBD age diretamente neste sintoma, regulando a atividade neuronal, reduzindo a agitação generalizada e controlando possíveis convulsões (um dos sintomas do distúrbio). O efeito é quase que imediato e terapêutico.
O grande benefício desse tipo de tratamento alternativo é a ausência dos sintomas causados pelo uso de medicamentos de tarja preta. A não dependência química é um fator muito positivo também para o lado da cannabis medicinal.
Alguns estudos têm sido publicados comprovando a eficácia deste tipo de tratamento. Um grupo de pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) acompanhou 18 pacientes com idade entre seis e 17 anos durante nove meses que estavam ingerindo um extrato com uma alta concentração de canabidiol. Os pais das crianças preenchiam um formulário mês a mês avaliando as melhoras em sintomas característicos do autismo: Déficit de atenção/hiperatividade; déficit motor, de autonomia, de comunicação e interação social; distúrbio do sono; transtornos comportamentais e convulsões. Os resultados foram promissores: 14 pacientes apresentaram melhoras em pelo menos um dos sintomas sendo que sete deles tiveram saldos positivos do tratamento em quatro ou mais sintomas do formulário, comprovando que o canabidiol trata indicativos do distúrbio. O estudo foi publicado na revista Frontiers in Neuroscience¹.
Este tipo de tratamento hoje está mais facilitado no Brasil após a edição da RDC n. 335/2020, que regulamenta a importação de derivados de Cannabis para uso medicinal, mediante a autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Após a prescrição do médico com a posologia indicada, é possível adquirir um medicamento e iniciar o tratamento. A importadora CBD Fast Lane possui remédios com diferentes dosagens e formatos de ingestão (conta-gotas e comprimidos)².
1 – https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fneur.2019.01145/full
2 – https://cbdfastlane.com/produtos/