A artrose ou osteoartrose é uma doença crônica, onde ocorre o desgaste da cartilagem que reveste as articulações (juntas). É um fenômeno natural que faz parte do envelhecimento do organismo, podendo ou não ser precedida de artrite. Infelizmente, a cartilagem desgastada não pode ser substituída ou reposta.
A Cannabis medicinal é uma opção para combater a dor crônica, sozinha ou concomitante a outros medicamentos prescritos pelo médico, como analgésicos, anti-inflamatórios não esteróides e/ou corticosteróides.
Junto com a acupuntura e exercícios regulares (como hidroterapia e fortalecimento da musculatura) a terapia canabinóide pode ajudar a combater a dor, regular o Sistema Endocanabinóide e promover o bem-estar do paciente, não só a nível físico, mas também emocional.
O uso medicinal da Cannabis
O uso medicinal da Cannabis não é de hoje. Da medicina ayurvédica na Índia, dos antigos egípcios ao pai da medicina moderna, Avicena, à medicina chinesa, todas estas antigas culturas já utilizavam a Cannabis devido às suas propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, há mais de quatro mil anos.
Nesta planta, usada desde o começo da civilização humana, encontramos os canabinóides, compostos químicos que interagem com o sistema Endocanabinóide, presente na maioria dos organismos vivos. Os mais conhecidos são o THC (tetra-hidrocanabinol) e o CBD (canabidiol).
Enquanto o THC atua sobre o stress, a náusea, a dor, o sono, o apetite, processos inflamatórios e regulação do sistema de defesa do organismo, o CBD atua sobre espasmos musculares, dor, regulação do humor e do sono, proteção do tecido neural e ósseo, acelerando a recuperação de tecidos, e modulando a hiper-excitação cerebral.
Além do alívio significativo para a dor crônica, a terapia canabinóide ajuda na redução da ansiedade, depressão e distúrbios do sono, comorbidades quase sempre presentes em pacientes que convivem com quadros dolorosos de longa duração, como é o caso da artrose.
Potencial terapêutico
Os fitocanabinóides retirados da Cannabis para fins medicinais, interagem com nosso Sistema Endocanabinóide através de receptores canabinóides (CB1 e CB2) e também por outras vias, modulando este Sistema para que ele volte a funcionar bem.
Além do potencial analgésico e anti-inflamatório, a Cannabis medicinal também tem potencial ansiolítico, antidepressivo, regulador do ciclo do sono e regulador do sistema imunológico, só para citar alguns.
Segundo o dr. Antonio Cavalheiro, alguns estudos importantes comprovam o potencial analgésico da Cannabis medicinal. Um de 2019, publicado na revista Phytochemistry, realizado por um grupo de cientistas da Universidade de Guelph (Canadá), mostrou que algumas substâncias da Cannabis ajudam a combater a dor e que podem ser até 30 vezes mais poderosas do que a aspirina, por exemplo. Isso sem contar o fato de que o uso dos fitocanabinóides não causa dependência e os efeitos colaterais são poucos e controláveis com o ajuste da dose diária.
Um outro estudo científico, esse de janeiro de 2017, publicado no livro The Health Effects of Cannabis and Cannabinoids: The Current State of Evidence and Recommendations for Research, apresentou evidências conclusivas de que os canabinóides são eficazes para o tratamento da dor crônica em adultos. Efeitos antieméticos e uma melhora na espasticidade da esclerose múltipla também foram encontrados e relatados na pesquisa.
Estudos sobre o uso da Cannabis medicinal na artrose
A UNILA (Universidade Federal de Integração Latino Americana) vem conduzindo um estudo sobre o uso da Cannabis Medicinal na osteoartrite, com 45 pacientes de Foz do Iguaçu e região.
Este estudo randomizado foi aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa e pretende verificar a eficácia da terapia canabinóide para diminuir a dor na osteoartrite, buscando comprovar as experiências já relatadas por pacientes e médicos.
Os pacientes selecionados para a pesquisa continuam o tratamento convencional da osteoartrite e estão divididos em três grupos: o grupo 1 tomará um placebo, o grupo 2, uma dose maior de Cannabis medicinal e o grupo 3, uma dose menor de Cannabis medicinal.
Enquanto os resultados deste estudo não chegam, existem outras fontes que comprovam a eficácia da Cannabis medicinal em quadros inflamatórios e de dor crônica, como é o da artrose. Por ser uma quadro degenerativo progressivo, cuidar deste aspecto confere qualidade de vida para o paciente.
Uma revisão sistemática de 47 artigos falando sobre o uso de Cannabis medicinal na dor crônica. Destes, 40 relataram benefícios do uso da terapia canabinóide nestes casos. Melhorias associadas aos resultados secundários, incluindo qualidade de vida, funcionalidade e humor, também foram observadas com o uso de cannabis medicinal, além de reduções na gravidade, intensidade e interferência da dor.
Os pesquisadores recomendam o uso da Cannabis Medicinal como monoterapia, substituição ou tratamento adjuvante, em pessoas que convivem e tratam da dor crônica,” incluindo dor neuropática central e/ou periférica, para melhorar os resultados da dor.”
Diminuindo a necessidade de opióides
Já existem estudos demonstrando que o uso medicinal de Cannabis para a dor incontrolável reduz a dose eficaz de analgésicos opiáceos para o controle da dor.
Além disso, outros estudos em modelos animais de dor neuropática mostraram que o CBD é eficaz na prevenção do desenvolvimento de certos tipos de dor induzida por quimioterapia e diabetes.
E não para por aí: quem já faz o tratamento de quimioterapia, possui lesão da medula espinhal ou dor neuropática induzidas por pós-operatório também pode se beneficiar do uso da terapia canabinóide. Um estudo clínico com CBD tópico melhorou a classificação da dor em pacientes com dor neuropática e as melhorias foram mantidas durante um ano inteiro..
A dor não limita só os movimentos físicos, mas também prejudica a saúde emocional do paciente. Não é um ranking para se orgulhar: os brasileiros são campeões em dor crônica, ansiedade e insônia, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Sabemos que a Cannabis medicinal combate estes três males, sendo um recurso terapêutico eficiente, sempre aliado a mudanças no estilo de vida, seja na alimentação mais saudável, implementando práticas de exercícios físicos, diminuindo e controlando fatores que causam stress, cuidando da saúde mental com terapia, práticas meditativas e sociabilização, além de fisioterapia, terapia ocupacional e acupuntura. Dessa forma, contempla-se a saúde física e emocional de quem precisa conviver com a artrose.
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Ana Claudia Marques é redatora da CBD Fast Lane, escritora, Terapeuta Ocupacional, pós-graduada em Medicina Tradicional Chinesa e terapias integrativas, além de estudiosa sobre o potencial terapêutico das plantas.