Por Ana Claudia Marques
Viver a vida sem dor e sem sintomas de doenças é o que muita gente deseja. Pessoas que convivem com quadros dolorosos crônicos ou incapacitantes, tanto a nível físico quanto mental, acabam por desenvolver também problemas psicológicos, como quadros depressivos ou de ansiedade, alterações de humor e de concentração. Isso sem mencionar o impacto na dinâmica familiar e vida profissional dos pacientes.
A medicina moderna tem como recurso muitos medicamentos de ponta para o alívio de diversos sintomas, mas a esperança de muitos pacientes está numa planta usada desde a antiguidade, por egípcios, chineses, assírios e hindus, há cerca de 10 mil anos. Ainda cercada de muitos tabus e falta de conhecimento, o uso da Cannabis Medicinal vem crescendo em países cuja legislação já permite o uso deste recurso sem o estigma de criminalização, como ainda acontece no Brasil.
A ANVISA ainda não permite a fabricação de medicamentos à base de Cannabis aqui no Brasil, mas já permite aos pacientes que necessitam do tratamento que importem o produto para uso particular, com receita médica específica, tanto no que tange à posologia quanto aos fabricantes do produto. Todas estas informações são usadas num formulário de autorização de uso particular, válido por dois anos.
A CANNABIS MEDICINAL: princípios ativos e uso
A Cannabis Medicinal vem sendo estudada desde a década de 1960, tendo seus princípios ativos isolados e testados cientificamente para inúmeros quadros clínicos, com excelentes resultados.
O CANABIDIOL (CBD)
Um dos principais elementos estudados para fins terapêuticos, o Canabidiol (ou CBD), já é receitado em mais de 35 países por médicos da área de psiquiatria, neurologia e dores crônicas, só para citar algumas.
O CBD é um fitocanabinóide encontrado na Cannabis Sativa (veja sobre os diversos tipos de Cannabis aqui) e não possui efeitos psicoativos, não causa dependência química aos pacientes. Se retirado, também não causa abstinência.
Além do efeito terapêutico ser rapidamente percebido pelos pacientes, os efeitos colaterais são poucos e controláveis com o ajuste da dosagem pelo médico. Os possíveis efeitos colaterais são : náusea, sonolência, alteração do apetite e diarreia.
USO DO CANNABIDIOL NA PSIQUIATRIA
Na Psiquiatria, seu uso se justifica por ter efeito ansiolítico, antidepressivo, antipsicótico, anticonvulsivante e neuroprotetor. Dentre as inúmeras doenças que vêm sendo tratadas com o CBD, podemos citar ansiedade/medo/pânico, depressão, esquizofrenia/psicose, epilepsia/convulsão, Mal de Parkinson, Mal de Alzheimer e Esclerose Múltipla.
Uma das vantagens do CBD, em comparação com outros medicamentos psiquiátricos, é que os efeitos são percebidos logo na primeira semana de uso. Esse fato é particularmente importante quando se trata de casos de depressão ou surtos psicóticos onde a ameaça de suicídio são uma realidade.
Enquanto os medicamentos convencionais levam praticamente um mês para começarem a fazer efeito – por serem drogas de efeito cumulativo no organismo – o CBD, por ser um medicamento natural, se liga imediatamente a receptores do sistema endocanabinóide, presentes em grande quantidade nos Sistema Nervoso Central, Imunológico ( defesa do corpo) e Hematopoiético (formação das células do sangue). Dessa forma o alívio do sofrimento a nível psíquico acontece quando o paciente precisa de fato.
Os impactos são percebidos na qualidade de vida, seja na melhora do humor, melhora do sono, diminuição ou desaparecimento de pensamentos repetitivos, só para citar alguns efeitos positivos no dia a dia dos pacientes que se beneficiam do uso do CBD.
USO DO CBD NA NEUROLOGIA
No campo da Neurologia, a Cannabis Medicinal tem seu uso bem documentado e pesquisas que comprovam seus efeitos, reduzindo inflamações no tecido cerebral, retardando a progressão de doenças neurodegenerativas, reduzindo as dores neuropáticas crônicas, melhorando as funções motoras (como espasticidade, catatonia, movimentos clônicos) e reduzindo drasticamente a frequência de crises convulsivas. Há pesquisas, inclusive, que indicam um papel neuroprotetor e neurogênico do CBD.
Pacientes com Mal de Parkinson, Mal de Alzheimer, Esclerose Múltipla, Esclerose Lateral Amiotrófica e Síndromes raras (como Síndrome de Dravet, Lennox -Gastaut e outras com um quadro convulsivo importante em crianças e adolescentes) conseguem ter de volta a capacidade de interação social, execução de suas atividades diárias, melhora de qualidade de vida do paciente e de seus familiares..
USO DO CBD EM DORES CRÔNICAS
No caso de dores crônicas, o uso da Cannabis Medicinal também traz alívio para pacientes com artrites, fibromialgia e outros quadros clínicos com processo inflamatório intenso. Há estudos recentes, inclusive, apontando o uso do CBD em pacientes com endometriose, com ótimos resultados.
Neste caso, o efeito anti-inflamatório e antioxidante do CBD, devido à modulação do sistema endocanabinóide, resgata aos pacientes a satisfação de viver sem dores constantes e incapacitantes.
COMO SE BENEFICIAR DO USO DO CDB?
Caso você ou algum familiar seja portador de alguma dessas patologias e queira saber mais sobre a possibilidade do uso da Cannabis Medicinal, entre em contato com nosso suporte pelo Whatsapp para esclarecimentos ou indicação correta do médico prescritor para seu caso específico.
Ana Claudia Marques é redatora da CBD Fast Lane, escritora, Terapeuta Ocupacional, pós-graduada em Medicina Tradicional Chinesa e terapias integrativas, além de estudiosa sobre o potencial terapêutico das plantas.