A AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – é uma doença que foi reconhecida somente em 1981 e vitimou milhares de pessoas durante um longo período, onde somente a prevenção era a solução oferecida – e o preconceito marcava a vida de muitos pacientes. Quarenta anos depois o mecanismo de contaminação e ação do HIV está desvendado, coquetéis de medicamentos inibem a progressão da doença e a Cannabis Medicinal entra como coadjuvante devolvendo a qualidade de vida dos pacientes.
Muitos não sabem, mas existe uma diferença entre ser portador do vírus HIV e ter AIDS. Considerada atualmente como uma doença crônica, o diagnóstico de AIDS só se consolida quando o número de células CD4 (de defesa do organismo) caem drasticamente, manifestando-se infecções oportunistas e câncer.
O vírus HIV, isolado pela primeira vez em 1983, ganhou um exame para sua detecção em 1985 e em 1987 surgiu o AZT, primeira droga para combater a doença. A evolução do tratamento, nas últimas décadas, permite a ação logo no início da infecção do organismo pelo HIV.
O vírus HIV e sua incidência no Brasil
Segundo dados do Boletim Epidemiológico da AIDS de 2021, nos últimos 15 anos, no Brasil, 69,8% dos infectados por HIV eram do sexo masculino e 30,2%, do sexo feminino. Segundo o mesmo Boletim, nota-se que menos de 2% das contaminações, em ambos os sexos, se dá pela exposição a drogas injetáveis. 86,8% das mulheres foram infectadas em relações heterossexuais; nos homens, 31% em relações heterossexuais e 52,1% em relações homossexuais ou bissexuais.
Em um período de dez anos, houve um aumento de 30,3% na taxa de detecção de HIV em gestantes. Entre 2000 e 2021, foram mais de 141.000 gestantes infectadas com HIV.
Tratamento convencional – o coquetel contra AIDS
O tratamento para os portadores de HIV e para AIDS é feito com combinações de medicamentos, com dosagens que variam de acordo com o estágio da doença. Por exemplo, na fase inicial, são somente três medicamentos por dia. Já quem está numa fase mais avançada, pode consumir nove medicamentos – ou mais- diariamente.
Ao invadir a célula, o HIV altera o material genético, comprometendo seu funcionamento e a imunidade do corpo. O coquetel atua diminuindo a intensidade de reprodução do vírus, em diferentes etapas de invasão às células de defesa CD4. No Brasil, desde 1996, o portador de HIV pode receber do SUS toda a medicação necessária, gratuitamente.
Os medicamentos do coquetel tem várias funções:
- inibir as alterações de DNA celular pelo HIV;
- evitar que o RNA do vírus se integre ao DNA celular;
- interromper a produção de novas células infectadas com o vírus;
- impedir que o material genético do vírus se ligue ao da célula;
- impedir a entrada do HIV em células sadias.
Entretanto muitos medicamentos causam efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, diarreia, perda de apetite, cefaleia, sono, falta de concentração, reações alérgicas, rash cutâneo, alteração na glicose, disfunção hepática etc.
Para administrar esses efeitos colaterais, a terapia canabinoide atua com eficácia:
- no alívio da dor muscular;
- na melhora do apetite;
- combatendo as náuseas e vômitos;
- diminuindo o formigamento da pele;
- controlando a ansiedade e depressão.
O uso da Cannabis Medicinal por portadores de HIV ou pacientes com AIDS não compromete o funcionamento do Sistema Imunológico.
O HIV no Sistema Nervoso e a ação da Cannabis Medicinal
Segundo artigo publicado no Portal Neurociências em Debate o vírus HIV entra no Sistema Nervoso Central (SNC) numa estratégia semelhante ao “Cavalo de Troia”, sendo transportado dentro de linfócitos T infectados para dentro do cérebro.
No SNC, o HIV causa uma infecção, que desencadeia uma resposta inflamatória do cérebro (a encefalite). Isto causa desordens neuropsicológicas (ansiedade, depressão), “sintomas cognitivos e motores, tais como fraqueza nos membros inferiores, perda de memória, apatia, isolamento social e alteração de personalidade. Na forma mais avançada e severa, a patologia leva o paciente a apresentar progressivamente um estado vegetativo”(González-Scarano e Martín-García, 2005).
Quando a terapia com Cannabis Medicinal é iniciada, o sistema endocanabinoide reduz a liberação de agentes inflamatórios, bem como reduz os danos que seriam causados ao Sistema Nervoso. Os canabinoides atuam com efeito neuro-protetor, ao ativarem os receptores CB1 e CB2, evitando a morte de astrócitos (responsáveis por ligar neurônios aos capilares sanguíneos e criarem uma barreira protetora no SNC) e oligodendrócitos (que compõem a bainha de mielina).
Dessa forma, protegem o Sistema Nervoso de outras infecções oportunistas e preservam a capacidade motora do paciente, visto que a destruição da bainha de mielina é que causa a fraqueza muscular e perda da resposta motora dos músculos aos estímulos cerebrais.
Pesquisas sobre Cannabis Medicinal e HIV
Buscando compreender a atuação da Cannabis Medicinal em pacientes com HIV, o British Columbia Centre for Excellence in HIV/AIDS, St. Paul’s Hospital, em Vancouver, no Canadá, realizou um estudo em 2015, onde constatou uma redução de aproximadamente 12% da carga viral de HIV em oitenta e oito pacientes infectados, após o uso da Cannabis por vaporização.
Outro estudo da Universidade Estadual da Luisiânia conduziu uma experiência com duração de 17 meses, onde administraram uma dose diária de THC em macacos infectados com a variante animal do vírus HIV. Dessa forma constataram que o prejuízo ao sistema imunológico desses animais foi reduzido. Além disso, os primatas que participaram da pesquisa, ao longo do tratamento mantiveram altas taxas de células saudáveis do sistema imunológico. Na evolução natural da infecção por HIV, as células do sistema imunológico teriam morrido devido à ação do vírus.
Acesso à Terapia Canabinóide para HIV e AIDS
Atualmente ser um portador do vírus HIV ou um paciente com AIDS, considerada uma doença crônica, não é e nem precisa ser uma sentença negativa na vida de ninguém.
As terapias medicamentosas existentes dão conta de impedir o desenvolvimento da doença para estágios mais agressivos e debilitantes, enquanto a terapia com Cannabis Medicinal faz a sua parte, tanto combatendo os efeitos colaterais, quanto auxiliando a conter o processo inflamatório e a morte das células de defesa.
Se você ou alguém que você ama é portador do vírus HIV e quer ter acesso à terapia canabinoide, fale com um de nossos médicos prescritores, obtenha sua receita e orientações para ter sua permissão de uso junto à ANVISA. Assine também nossa newsletter, para ter acesso ao nosso conteúdo em primeira mão!