A cannabis medicinal tem sido utilizada para ajudar atletas a se recuperarem de lesões naturais para quem leva o corpo ao limite. Pesquisas comprovam que a Cannabis Medicinal possui propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e atua como relaxante muscular. Mas não para aí.
Quem vive do esporte convive com dores no pós-treino, possibilidade de lesões tendíneo-musculares ou até mesmo neurológicas, por traumas contínuos. Some-se a isso a cobrança da performance, pessoal e dos treinadores, para termos também a ansiedade fazendo parte do dia a dia dos atletas.
A Cannabis medicinal também é importante adjuvante no tratamento de quadros ansiosos, portanto pode ajudar em períodos que antecedem as competições, garantindo uma performance melhor dos esportistas. Por isso podemos afirmar: a Cannabis medicinal e os esportes formam uma perfeita dupla dinâmica.
Canabidiol: liberado pela WADA
A WADA (World Anti-Doping Agency) manteve, em 2023, a Cannabis na lista de substâncias proibidas, pois eles ainda consideram o potencial psicoativo do THC. Ainda que já existam inúmeras pesquisas demonstrando que o efeito psicoativo do THC depende da quantidade desta substância – em baixa quantidade é terapêutico e em alta quantidade, é alucinógeno – a Agência Anti Doping quer mais investigações a respeito.
Já o canabidiol (CBD) continua liberado, em formulações isoladas, sem THC, por não ter efeitos psicoativos nem causar dependência. Suas propriedades terapêuticas, como anti-inflamatório, analgésico, ansiolítico e melhorando a qualidade do sono, tem auxiliado muitos atletas a manterem seus treinos e recuperarem de lesões com rapidez.
Também sua conhecida propriedade neuroprotetora pode auxiliar quem convive com esportes como o MMA e o boxe, onde as contusões na cabeça não são raras e podem causar microtraumas, que, somados, trazem problemas neurológicos a médio e longo prazo.
THC nem sempre é o vilão
Como já dissemos no início deste artigo, inúmeras pesquisas mostraram que o THC possui efeitos diferentes dependendo da quantidade/percentual em cada formulação ou em cada cepa de Cannabis.
O uso dito recreativo é procurado para quem quer experimentar seus efeitos alucinógenos e relaxantes. Mas para que isso aconteça, é preciso ter mais de 7% de THC na formulação ou na Cannabis utilizada.
Sendo dose dependentes o THC, em pequenas proporções tem reconhecidas propriedades terapêuticas, ajudando a reduzir a dor e melhorar o humor. Tanto que para pacientes que necessitam de cuidados paliativos, por exemplo, a ANVISA libera formulações com maior concentração de THC, para um alívio maior da dor e ansiedade.
Sim, o THC pode ajudar a reduzir a ansiedade e o estresse associados à lesão, o que pode acelerar o processo da recuperação. Atletas profissionais, que precisam passar pelo crivo da WADA, costumam utilizar os produtos Full Spectrum (com níveis terapêuticos de THC) quando não estão em períodos de competições, para colher também estes benefícios.
Já na época das competições, se valem das formulações isoladas com CBD, para não sofrerem penalidades por dopping.
Por que os atletas preferem a Cannabis medicinal?
Além de ser um anti-inflamatório potente, ótimo para ser utilizado no pós treino, ajudar na recuperação tendíneo-muscular e óssea, melhorar o ciclo do sono e diminuir a ansiedade, a Cannabis medicinal é muito bem tolerada pelo organismo, não provoca dependência química (como os analgésicos opióides) e não prejudica os rins (como os anti-inflamatórios convencionais).
Nosso corpo fabrica os próprios canabinóides, que regulam as funções básicas da vida e as funções hormonais, através do Sistema Endocanabinóide. Por este motivo os Receptores Canabinóides presentes no organismo ligam-se naturalmente aos fitocanabinóides da Cannabis – que conseguem regular este sistema, melhorando as respostas inflamatórias e imunes, humor e tensão, a resposta a dor e protegendo nosso Sistema Nervoso.
Além disso, ajuda a aumentar a resistência do corpo, pois o CBD ajuda a regular as respostas bioquímicas e fisiológicas do organismo, contribuindo para um melhor desempenho do atleta.
A dupla dinâmica em ação
Faixa-preta de Jiu-Jitsu, multi campeã brasileira , Natália Zumba usa a Cannabis Medicinal com foco na prevenção e recuperação de lesões.
Ela sofreu uma séria lesão durante sua final no Brasileiro Sem Kimono, realizado em agosto de 2022, rompendo o ligamento cruzado posterior e o ligamento postero-lateral do joelho. Logo após a cirurgia passou a usar o CBD. Seu médico prescritor regulou as doses para o controle da dor e da inflamação com CBD e THC. Além disso, segundo a atleta, o tratamento ajuda na ansiedade que permeia treinos e competições.
Entre os atletas mundiais que usam CBD estão grandes nomes como o skatista Pedro Barros, o maratonista Daniel Chaves, o tenista Bruno Soares, a jogadora de futebol (medalha de ouro nos Jogos Olímpicos) Megan Rapinoe.
Estes e outros atletas defendem o uso da substância não só no combate à dor, mas também à ansiedade que antecede grandes provas e torneios.
O atleta profissional e professor faixa preta de Jiu-Jitsu, Mandrake, faz uso do CBD para tratar algumas condições. “Desde que iniciei o tratamento com a Cannabis Medicinal tenho conseguido controlar melhor a minha ansiedade, principalmente em dias de competição da equipe, onde a tensão aumenta. Tenho dormido bem melhor, sinto melhoras na recuperação muscular e menos dores pós treino. A Cannabis Medicinal tem me ajudado a ser um homem mais calmo, menos explosivo e o melhor de tudo, sem efeitos colaterais que os medicamentos convencionais tem”, afirmou o atleta em entrevista.
Se você quer começar a usar a medicina canabinóide à favor de sua performance, fale com nosso Suporte.
Ana Claudia Marques é redatora da CBD Fast Lane, escritora, Terapeuta Ocupacional, pós-graduada em Medicina Tradicional Chinesa e terapias integrativas, além de estudiosa sobre o potencial terapêutico das plantas.