Será que o CBD (canabidiol, um fitocanabinoide presente na Cannabis Medicinal) traz benefícios para indivíduos com Síndrome de Down? Estudos e relatos de caso mostram que sim. A Síndrome de Down está ligada a um excesso de material cromossômico, pois seus portadores possuem 47 cromossomos, ao invés de 46. Também chamada de “trissomia do cromossomo 21”, esta condição ocorre em 1 a cada 700 nascimentos, aqui no Brasil.
Seus portadores possuem características físicas e fisiológicas específicas da condição. Olhos rasgados, mãos pequenas e com somente uma prega, redução do tônus muscular e um comprometimento intelectual que pode variar de indivíduo para indivíduo, são algumas delas.
Mas a Síndrome pode vir acompanhada de outras condições, como por exemplo, o autismo. Foi o que descobriu a mãe de Valentina, quando, com quatro anos, a menina começou a regredir nas habilidades sócio-comunicativas e a apresentar problemas gastrointestinais sérios.
Na busca por um tratamento para os sintomas do autismo, a mãe vivia angustiada, pelas internações sucessivas da filha e os efeitos colaterais que a pequena sentia com os medicamentos. Sem comer, dormir e interagir com a família, a situação só começou a melhorar quando iniciou o tratamento com o óleo Full Spectrum rico em CBD. Hoje, quatro anos depois, a criança teve ganhos na cognição, socialização, na imunidade e no sono.
O que é a Síndrome de Down?
A síndrome de Down é uma alteração genética causada na divisão embrionária, que faz com que a pessoa tenha três ao invés de dois cromossomos no par 21.
Os indivíduos com Síndrome de Down apresentam certos traços típicos, como, olhos com linha ascendente e dobras da pele nos cantos internos (semelhantes aos orientais), nariz pequeno e um pouco “achatado”, rosto redondo, orelhas pequenas, baixa estatura, pescoço curto e grosso, flacidez muscular, mãos pequenas com dedos curtos, prega palmar única.
40% destes indivíduos são portadores de cardiopatias congênitas, como sopro no coração, e estão sujeitos a mais complicações de saúde, como pneumonias e outras patologias respiratórias. Hipotonia, comprometimento da visão, como estrabismo e miopia também são comuns, bem como alterações auditivas, o hipotireoidismo congênito, obesidade, apnéia obstrutiva do sono e anormalidades gastrointestinais. Outro problema bastante comum (1 a cada 150 crianças) é a alteração dos glóbulos brancos.
A criança com Síndrome de Down têm desenvolvimento motor e intelectual mais lento do que as outras crianças, e a estimulação precoce é necessária para que desenvolva todo seu potencial ao longo da vida.
Também é importante ressaltar que há diferenças no grau de comprometimento intelectual de cada portador e que hoje, com todos os recursos disponíveis, é possível que estes indivíduos tenham uma vida mais longa, saudável, produtiva e realizada do ponto de vista emocional – namorar, casar, ter filhos – e profissional..
Como veremos adiante, o CBD pode auxiliar na qualidade de vida, tanto do ponto de vista da saúde física quanto do desenvolvimento cognitivo dos portadores da Síndrome de Down.
Desenvolvimento intelectual e CBD
Uma das características dessa Síndrome é que seus portadores podem apresentar atraso no desenvolvimento intelectual, em vários níveis. Segundo pesquisas correlatas, este atraso é causado por um déficit de memória, com origem na região do hipocampo, devido a alterações na expressão do receptor CB1 do Sistema Endocanabinóide.
Foi, portanto, detectada a correlação entre estes déficits no Sistema Nervoso e o mau funcionamento do Sistema Endocanabinóide, com um desequilíbrio na expressão do receptor CB1, prevalecendo a ação de neurônios inibitórios.
Uma pesquisa desenvolvida em 2019, em Barcelona, concluiu que a utilização do CBD em camundongos transgênicos com padrão do Sistema Nervoso semelhante ao da Síndrome de Down, resultou no bloqueio farmacológico do receptor CB1, melhorando o desempenho cognitivo, a plasticidade sináptica e a neurogênese nas cobaias.
As propriedades neuroprotetoras e de neurogênese do CBD, bem como sua capacidade de reequilibrar o funcionamento do Sistema Endocanabinóide já são bem conhecidas e utilizadas, por exemplo, em pacientes com perda cognitiva, como é o caso do Mal de Alzheimer.
O uso do CBD em portadores da Síndrome de Down, portanto, pode auxiliar na melhora da cognição, com a vantagem de apresentar pouco ou nenhum efeito colateral.
Além disso, é preciso levar em conta que a expectativa de vida desta população, hoje, é mais alta do que a de cinquenta anos atrás. Mais longevos, pacientes na faixa dos 30 anos apresentam problemas que, na população em geral, iniciam acima dos 50 ou 60 anos.
Antonio Carlos Sestaro, Presidente da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, em entrevista à Exame, falou que acompanha pesquisas no mundo todo, em relação à longevidade dos pacientes, e que “quase 50% das pessoas com síndrome de Down podem desenvolver o Mal de Alzheimer, com mais de 50 anos.”
Já é comprovado, inclusive com uma pesquisa brasileira, que o CBD é um potente protetor dos neurônios e estimula a neurogênese, não só impedindo a evolução da Doença de Alzheimer, mas também revertendo perdas cognitivas dos pacientes. Este é mais um bom motivo para que pacientes adultos com Down também utilizem este recurso terapêutico, no intuito de estimular e/ou preservar a cognição.
Comorbidades também são tratadas com CBD
Existem outros aspectos em que o CBD pode ser bastante útil, quando consideramos seus potenciais terapêuticos, como antiinflamatório, anticonvulsivante, ansiolítico, regulador do apetite, do sono do sistema imunológico, atuando para promover o bom funcionamento do Sistema Endocanabinóide.
A ciência explica. Um estudo de 2008 descobriu que na Síndrome de Down o organismo tende a ter maior atividade entre os receptores canabinóides CB2 e a enzima DAAH (que decompõe o endocanabinóide anandamida) em suas placas beta-amilóides.
Já uma revisão de 2018, complementa essa descoberta, ao constatar que os canabinóides CBD e THC foram capazes de reduzir a presença de placas amilóides e neurônios danificados em humanos e animais com várias doenças.
Na prática, as comorbidades que se manifestam junto com a Síndrome de Down, como a predisposição à doenças respiratórias, gastrointestinais, distúrbios hormonais (devido a alterações na tireóide), dificuldade para dormir e episódios convulsivos, também são contempladas na terapêutica canabinóide.
Mães que optaram pelo uso da terapia canabinóide em seus filhos com Síndrome de Down relataram a melhoria da imunidade, ajudando a diminuir internações frequentes, controle de quadros respiratórios (asma, por exemplo) e gastrointestinais, bem como melhora em outras comorbidades, como controle na alteração da tireóide, diminuição da agitação, melhoria no aspecto cognitivo e na interação social. Para aqueles pacientes que ainda têm associados outros quadros, como autismo, a terapia canabinóide ajuda no controle das convulsões.
Ganhando qualidade de vida
A qualidade de portadores da Síndrome de Down que utilizam o CBD melhora significativamente. Os estudos mostram que o mau funcionamento do Sistema Endocanabinóide tem relação direta com as comorbidades e desenvolvimento cognitivo na Síndrome.
Apesar de cada portador apresentar um quadro único de comorbidades e nível de desenvolvimento intelectual, os relatos de familiares trazem o que a ciência vem comprovando: o CBD atua na normalização do funcionamento do Sistema Endocanabinóide e impacta diretamente na saúde física e na manutenção do potencial cognitivo dos portadores da Síndrome de Down em qualquer fase da vida.
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Ana Claudia Marques é redatora da CBD Fast Lane, escritora, Terapeuta Ocupacional, pós-graduada em Medicina Tradicional Chinesa e terapias integrativas, além de estudiosa sobre o potencial terapêutico das plantas.