Por Ana Claudia Marques
Já parou para pensar que o atletismo é feito por indivíduos dedicados, focados e disciplinados, que chegam ao limite de suas capacidades físicas? Muitos podem comprometer a integridade de músculos, tendões,ligamentos e ossos para se preparar para competições e superar recordes.
Não é raro que atletas convivam com a dor. Por este motivo, fisioterapia e acompanhamento médico são extremamente necessários no dia a dia desses profissionais. A boa notícia é que, antes reféns de analgésicos e corticóides, à mercê de medicamentos fortes, com efeitos colaterais importantes e até convivendo com a possibilidade de dependência química, os atletas podem contar hoje com a ajuda do CBD (canabidiol) para manter-se na ativa.
Retirado da lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (WADA) em 2018, o CBD (canabidiol) pôde ser utilizado por atletas que participaram das Olimpíadas de Tóquio, em 2021. Entretanto o uso do THC (tetrahidrocanabinol) ainda é proibido e considerado doping pela WADA, mesmo em pequenas quantidades. Entenda.
Qual a diferença entre CBD e THC?
Primeiro, vamos falar no que eles têm em comum? CBD e THC são duas substâncias derivadas da Cannabis. Estes dois canabinóides possuem propriedades terapêuticas comprovadas e que se complementam quando usados juntos.
O que os diferencia? O CBD não tem capacidade de alterar a consciência de quem usa, portanto, colhe-se somente os benefícios terapêuticos.
O THC, por sua vez, é o único canabinóide conhecido até o momento que possui a capacidade de alterar a consciência do usuário. Ainda assim, possui inúmeros potenciais terapêuticos e é usado, em doses baixíssimas, em associação com o CBD, ou também associado com terpenos e outros componentes da planta Cannabis, quando se utiliza o óleo Full Spectrum.
Para atletas profissionais, que participam das Olimpíadas, portanto, é aceito somente o CBD, devido às suas inúmeras propriedades:
- analgésica;
- antiinflamatória;
- protetora dos ossos;
- aceleradora da recuperação dos tecidos;
- neuroprotetora;
- ansiolítica;
- na melhora do sono.
Obviamente, o uso por atletas também será restrito aos países que aceitam a terapia canabinóide como legítima. Vimos recentemente, na mídia, a jogadora de basquete americana, Brittney Griner, que também joga em um time russo no intervalo da temporada americana (WNBA), ser detida na Rússia, no aeroporto, por estar portando o óleo de Cannabis (de uso terapêutico) – autorizado nos EUA, mas considerado crime no outro país.
Esportes, atletas e CBD
Uma pesquisa de junho de 2021 relatou que o mito de que os usuários de Cannabis são sedentários e não ativos não procede. Em adultos jovens e de meia-idade o uso da Cannabis, antes ou depois dos exercícios, trouxe mais resistência física, rápida recuperação de lesões e analgesia. Também foi relatado que os usuários pesquisados são mais preocupados com alimentação saudável e práticas que promovam saúde, como é o caso dos exercícios físicos.
Outra pesquisa correlacionou o uso de Cannabis com o índice de massa corporal e obesidade, chegando à conclusão que, mesmo entre adultos da terceira idade, o ganho de massa corporal, com o passar dos anos, ainda era menor em quem utilizava a Cannabis do que no grupo que não utilizava. Além disso, considerou-se o fato da obesidade ser hoje associada a processos inflamatórios, combatidos pelos canabinóides, um fator importante para um menor índice de massa corporal no grupo de usuários.
Essas pesquisas contrariam a ideia aceita há décadas de que a Cannabis (ou maconha, quando citada de forma negativa) produz indivíduos lentos, obesos e improdutivos.
Ao contrário, o CBD têm auxiliado atletas a terem mais foco, menos ansiedade, manterem o organismo saudável, controlando o processo inflamatório e de dor, além de acelerar o processo de recuperação de tecidos lesados em treinos diários. Tudo isso com pouquíssimos efeitos colaterais e sem risco de alteração de consciência ou vício.
Tecnologia à favor do esporte
Hoje, um atleta que necessita do CBD para manter-se ativo e não parar seus treinos, pode fazer um teste genético que detecta como é o funcionamento do seu Sistema Endocanabinóide, identificando o tipo de canabinóides mais presentes no corpo e assim traçar o tratamento mais eficaz, com a dosagem ideal para cada indivíduo.
Um atleta que fez uso dessa tecnologia foi o maratonista Daniel Chaves, que participou das Olimpíadas de Tóquio. Dessa forma o ajuste da dosagem foi mais rápido e ele pôde colher os resultados esperados do uso do CBD.
O CBD atua reduzindo inflamações, relaxando os músculos e controlando dores. “A substância apresenta todas essas vantagens em relação à recuperação física dos atletas e ainda tem menos efeitos colaterais do que os medicamentos tradicionais”, segundo a médica Maria Teresa Jacob, de Campinas (SP), membro da International Association for Cannabinoid Medicines (IACM).
Cada vez mais atletas usam CBD
Segundo outra pesquisa, pessoas que utilizaram Cannabis se saíram melhor em manter seus horários de treino. “Trabalhos futuros”, diz o artigo, “devem empregar métodos que permitam uma exploração direcionada dos mecanismos pelos quais a cannabis pode estar associada ao exercício, seja por meio de menor peso corporal, aumento do prazer, diminuição da dor ou recuperação mais rápida”. Todos esses fatores potenciais foram sugeridos por outras pesquisas existentes.
Os atletas que utilizam CBD relatam não só uma melhora física, mas também uma estabilidade mental e emocional, visto que há diminuição da ansiedade e melhora no ciclo do sono.
Atletas como Samir Rosolem (triatleta amador), os nadadores paralímpicos Talisson Glock, Roberto Alcalde e Susana Schnarndorf também usufruem dos benefícios do uso do CBD em sua rotina de treinos diária.
No caso de Susana, esses benefícios foram além. Com diagnóstico de atrofia multissistêmica, uma doença degenerativa e sem cura, ela relatou em reportagem à revista Saúde que o tratamento diminuiu o ritmo da evolução da doença.
Cuidados na escolha do CBD
Se a pureza do produto e o controle de qualidade na fabricação são importantes para qualquer paciente, para o atleta que participa de competições esse cuidado precisa ser dobrado. Vale exigir o laudo de pureza do produto e, importante, exigir que seu produto seja somente com o CBD isolado ou do tipo Broad Spectrum, ambos sem THC.
Para atletas amadores, produtos com menos de 0,3% de THC, como de nossa linha CBD Calm, podem ser utilizados sem problemas, visto que seguem as recomendações da Anvisa, para que CBD e THC atuem de forma sinérgica.
Se você quer conhecer os benefícios do CBD em sua rotina de exercícios mas não tem médico prescritor, fale com nosso suporte, para indicação de médicos especializados em medicina canabinóide, que atendem com excelência presencialmente ou no formato on-line.
Ana Claudia Marques é redatora da CBD Fast Lane, escritora, Terapeuta Ocupacional, pós-graduada em Medicina Tradicional Chinesa e terapias integrativas, além de estudiosa sobre o potencial terapêutico das plantas.