Olá, sou Ana Claudia Marques e quem acompanha os artigos que escrevo para a CBD Fast lane está acostumado a ler sobre patologias específicas e os usos do CBD – canabidiol – em todas elas. Mas, neste artigo, quero apresentar meu depoimento sobre o uso do CBD Full Spectrum, pois sei que esta experiência pessoal pode esclarecer as dúvidas de muitas pessoas.
Venho da área da Saúde, me especializei em técnicas integrativas e isso me ajudou quando comecei a pesquisar e escrever sobre os benefícios da Cannabis medicinal aqui neste site. É esta visão, de terapeuta e de paciente, que quero trazer neste artigo.
Como tudo começou?
Tenho 53 anos e uma crise de ciático recorrente, sempre controlada por exercícios de ioga, acupuntura e uso de TENS. De todas as crises que já experienciei, a última delas, ocorrida há duas semanas, foi, de longe, a pior.
Naquele momento eu não sabia, mas uma hérnia de disco associada a uma inflamação na articulação coxo-femural era a raiz do problema. Os médicos classificam o que passei como uma dor neuropática, por ocorrer devido à compressão do nervo e não por uma lesão em músculos ou tendões.
Tudo estava sob controle – apesar de ter alguma alteração sensorial na coxa a alguns meses – até o dia em que abusei, me movimentando além do que podia.
No dia seguinte, a dor ciática irradiava por toda a perna direita, com pontos de dor ao longo da lateral da perna, alteração de sensibilidade na parte anterior da coxa, sensação de cãibra nas panturrilhas, somada a uma dor difusa no quadril.
Foi tão intenso que visitei o Pronto Socorro dois dias seguidos, pois a dor na perna me causou enxaqueca e não me deixou sequer dormir. Saí com receitas de anti-inflamatório, analgésicos pesados e injeções se a dor piorasse.
Como meu corpo reagiu aos medicamentos alopáticos
Comecei com a terapia alopática para cessar a dor. Com a ingestão de três medicamentos diferentes ao dia, logo comecei a sentir dor no fígado, devido ao excesso de química para processar. Os remédios à base de opióides que me receitaram me deixavam dopada, sonolenta, com raciocínio lento, boca amarga. Dor aguda no estômago também também fazia parte da minha rotina, apesar de tomar um protetor gástrico..
Um dos remédios, à base de opióides, me causou alucinações e se nunca havia experienciado na vida a sensação de estar “drogada” e ver “tudo azul”, agora posso dizer que sei como é: sem dor, com a mente agitada, cinco sentidos super ativos num momento; sonolenta e dormindo por horas em outro, com sonhos alucinógenos, com experiências vívidas e bem “malucas” em outro.
Eu precisava ficar sem dor, mas não pagando este preço. Foi quando o CBD entrou na equação, no quinto dia após o início da crise.
Como meu corpo reagiu ao CBD
Iniciei o tratamento com o CBD Calm Full Spectrum, com uma dose baixa, para o aumento gradual ao longo dos dias, até atingir a dose ideal para regular o meu Sistema Endocanabinóide, diminuindo inflamação e dor.
No meu caso, as doses iniciais foram divididas em 3 períodos de administração, sempre após as refeições e 2 horas antes ou depois de quaisquer medicamentos alopáticos associados.
Comecei com 6 gotas ao dia e fui aumentando as doses diárias até chegar no que tomo atualmente, 25 gotas – a dose que fez meu Sistema endocanabinóide voltar a funcionar bem. Importante lembrar que cada organismo reage diferente, podendo precisar de maior ou menor dose para sentir os benefícios do CBD.
Também me impressionou o fato de que, com o tratamento com canabinóides, não senti absolutamente nenhum efeito colateral. Este fato é relevante pois sabemos, na prática clínica e por experiência pessoal, que efeitos colaterais fazem pacientes abandonarem o tratamento.
Como eu medi a minha melhora?
Por volta do quinto dia de uso, já com 15 gotas ao dia, comecei a perceber melhora no meu quadro, sem necessidade de utilizar os analgésicos opióides durante o dia. Só os utilizei por mais duas noites, para conseguir dormir sem dor.
Como terapeuta, costumo mensurar a dor numa escala de 0 a 10. Eu posso dizer que, no auge da crise, minha dor era 10. Com os opiáceos, a dor reduzia para 1, mas eu não podia ficar sem eles – e sofria com os efeitos colaterais.
Já com o uso da Cannabis medicinal, do quinto dia em diante, tomando 15 gotas diárias, o uso do CBD me ajudou a desmamar dos opióides até no período noturno, podendo utilizar analgésicos comuns para a noite. Já nesse período, o meu nível de dor era 4, pois não suportava ficar numa posição por muito tempo (sentada, deitada ou de pé) e qualquer movimento brusco deflagrava dor..
Do sétimo dia em diante, tomando 20 gotas diárias de CBD, minha dor generalizada na perna sumiu, a sensação de cãibra nas panturrilhas e alteração de sensibilidade diminuiu a um nível 2 e comecei a passar o dia sem nenhum tipo de analgésico. Alguns pontos de dor agudos ainda persistiam, necessitando de repouso ao longo do dia para não entrar em crise.
No décimo dia de uso, aumentou-se a dose para 25 gotas. Assim consegui parar com os analgésicos de uso noturno até o momento (estou no vigésimo segundo dia de uso). Minha dor, hoje, é nível 1 – e não está presente todo o tempo. Só se eu caminhar demais ou ficar muito tempo na posição sentada.
Quais resultados obtive quando encontrei a dose ideal?
Quando a dose foi ajustada, percebi que o processo inflamatório do nervo ciático foi diminuindo gradativamente, até parar por completo as dores irradiadas.
Também a artrose na articulação coxo-femural direita, onde foi constatado por exames um quadro inflamatório extenso, tanto na musculatura quanto na articulação, teve uma melhora surpreendente. A inflamação local na musculatura foi debelada e também a articular. Consegui retomar a movimentação normal sem desencadear uma nova crise. Sem dor, meu período de sono normalizou também.
O que associei ao meu tratamento?
Como terapeuta, eu sabia que só a medicação não seria o suficiente para a melhora do quadro. Foi associado ao tratamento outros cuidados que, como o CBD, também estimulam o reequilíbrio do Sistema Endocanabinóide:
- laser acupuntura nos pontos de dor (nos primeiros cinco dias, diariamente);
- massagem (no sétimo dia, quando saí da crise aguda, semanal);
- TENS (estimulação elétrica transcutânea) com aparelho de uso doméstico (a partir do quinto dia até o momento, quando apresento alguma dor por esforço ).
- exercícios de alongamento leves de ioga (a partir do oitavo dia até o momento).
Qual a minha análise como paciente e terapeuta?
Tendo estudado e publicado mais de 45 artigos sobre o assunto, eu conhecia o potencial do Canabidiol como anti inflamatório, analgésico, neuroprotetor, neurogênico e acelerador na recuperação de tecidos lesionados. Mas vivenciar isso foi muito importante.
Como paciente, foi altamente satisfatório utilizar um produto classificado como fitoterápico e obter uma melhora do meu quadro clínico a partir do quinto dia de uso, de acordo com o ajuste das dosagens. Também foi relevante o fato de não sofrer nenhum efeito colateral ao longo destes dias de uso contínuo do CBD.
Como terapeuta, monitorei ao longo desta quinzena ‘dolorosa” os efeitos dos analgésicos e antiinflamatórios que tomei no início e comparei com o uso do CBD.
Quanto ao anti inflamatório recomendado para 5 dias de uso, tive que descontinuar no quarto dia, devido ao aparecimento de coceira e vermelhidão nas costas.
Quanto aos opióides, a sonolência, perda de memória/raciocínio me impediram de ser humanamente útil. O segundo remédio que tomei, associando codeína com paracetamol, me levou a sensações alucinógenas.
Além disso, opióides paralisaram a motilidade intestinal, provocando constipação, além de atacar o meu estômago, com dilatação e dores agudas. Assim que descontinuei os opióides, esses efeitos colaterais pararam.
Quanto ao CBD, venho utilizando até o momento e me possibilitou parar os medicamentos que vinham me fazendo mal, mantendo a analgesia e combatendo o processo inflamatório.
Comprovando a literatura médica disponível, o CBD vem debelando a inflamação da articulação coxo femoral e do nervo ciático, promovendo uma analgesia importante e me permitindo voltar ao trabalho, com raciocínio preservado e melhorando minha qualidade de vida.
Considerações finais
Sabemos que a dose de efeito e o período para começar a sentir a melhora desejada varia de um ser humano para outro, devido ao fato de que cada Sistema Endocanabinóide responde de forma única (como uma impressão digital, que é única a cada indivíduo).
Ainda assim, é reconfortante saber que é possível cuidar de um quadro inflamatório, recuperar um tecido lesionado, ficar sem dor e não sentir efeitos colaterais, com um único agente terapêutico, como é o caso da Cannabis Medicinal.
Espero sinceramente que o preconceito em relação a este tratamento diminua cada vez mais, para beneficiar mais e mais pacientes.
Se você quer saber como iniciar um tratamento com a Cannabis Medicinal, fale com nosso Suporte para receber gratuitamente todas as orientações.
Ana Claudia Marques é redatora da CBD Fast Lane, escritora, Terapeuta Ocupacional, pós-graduada em Medicina Tradicional Chinesa e terapias integrativas, além de estudiosa sobre o potencial terapêutico das plantas.