A Herpes Zoster é uma infecção viral que causa uma erupção cutânea dolorosa, causada pelo vírus varicela-zoster. Ainda que se manifeste na pele, a dor causada é devido à inflamação dos nervos sensoriais – a chamada dor neuropática. Por este motivo o uso da Cannabis Medicinal pode ser utilizado, principalmente quando o paciente é refratário a outros tipos de tratamento ou, devido a eles, sofre com inúmeros efeitos colaterais.
Importante diferenciar: a Herpes Zoster não é o mesmo que a herpes genital. O vírus herpes simplex é quem causa a herpes genital, que é sexualmente transmissível e se manifesta por múltiplas bolhas na boca ou genitais.
Embora as lesões pareçam semelhantes, o vírus da Herpes Zoster pode aparecer na pele, em diferentes partes do corpo. Após o período de remissão, pode causar ainda um quadro de dor crônica – mais um importante motivo para avaliar-se a utilização da terapia com canabinóides concomitante ao tratamento convencional, para tirar o paciente da dor e melhorar sua qualidade de vida.
Também é relevante o fato de que a Herpes Zoster costuma se manifestar mais numa população acima dos 50 anos, e com prevalência em idosos e indivíduos com síndromes de imunodeficiência.
Um estudo de 2014 concluiu que a incidência de Herpes Zoster é aumentada na Artrite Reumatóide e que a gravidade da doença de Artrite Reumatóide está associada ao desenvolvimento de Herpes Zoster.
Complicações relacionadas ao Herpes Zoster
A Herpes Zoster pode afetar os olhos e causar perda de visão. Isso pode ocorrer se uma erupção cutânea se desenvolver dentro ou ao redor dos olhos.
Para a maioria dos pacientes, os sintomas agudos desaparecem dentro de duas a quatro semanas, mas, em alguns casos, a dor persiste ou tende a piorar, levando a uma condição de dor crônica chamada neuralgia pós-herpética (PTN) e pode ser considerada uma neuropatia. Esta é uma complicação comum entre adultos mais velhos, acarretando em comorbidades como distúrbio do sono, fadiga crônica, ansiedade e depressão grave.
Todos estes quadros são um sinal de que há um desequilíbrio no Sistema Endocanabinóide do indivíduo – e é nesses casos que a Cannabis Medicinal pode entrar no tratamento, para uma melhora global na qualidade de vida, como veremos adiante.
Qual é o tratamento tradicional para Herpes Zoster?
Drogas antivirais são prescritas por dermatologistas, juntamente com analgésicos tradicionais, para reduzir a gravidade da manifestação associada ao autocuidado do paciente, com a limpeza das vesículas, uso de analgésicos tópicos, roupas largas etc.
Esses métodos de autocuidado podem ajudar a aliviar temporariamente a sensibilidade à dor ou a gravidade de uma erupção dolorosa.
Um estudo de 2018 examinou a segurança e a eficácia de medicamentos à base de cannabis para o tratamento da dor neuropática crônica em adultos. Tanto a Neuralgia pós-herpética quanto a Herpes Zoster são condições clássicas de dor neuropática. Um dos achados do estudo é que os medicamentos à base de cannabis resultaram em 50% ou mais de alívio da dor em comparação com o placebo, nos indivíduos participantes.
Qual a relação entre o Sistema Endocanabinóide e a Herpes Zoster?
O sistema endocanabinóide é o sistema pré-homeostático do corpo humano. Ele não só inicia processos fisiológicos, mas também monitora as funções essenciais do corpo, como sistema imunológico, regulação da dor, sistema neurológico, humor, estresse, ciclo do sono, por exemplo.
Quando ele está em desequilíbrio, abre brechas para que infecções oportunistas, como é o caso da Herpes Zoster, aconteçam, já que o Sistema imunológico não está funcionando em plena forma. Isso explica também o fato da ocorrência maior em idosos, o quadro inflamatório e o desenvolvimento da dor crônica.
CBD no tratamento da dor na Herpes Zoster
Da mesma forma, produtos à base de CBD estão sendo investigados por seu potencial anti-inflamatório e imunossupressor. O sistema endocanabinóide é uma parte importante do corpo humano envolvida em processos fisiológicos que são críticos para o controle da dor. Um estudo de 2020 relatou que o CBD pode ajudar a imunossuprimir, ativar e controlar vários tipos de células imunológicas.
Um estudo de 2010 observou que os tratamentos tópicos com CBD eram mais eficazes e melhor tolerados como opção de tratamento adjuvante para dor crônica. Segundo o estudo, a “terapia analgésica convencional muitas vezes falha em reduzir a dor em queimação transmitida por fibras nervosas não mielinizadas. Esses nervos expressam receptores canabinóides que exercem um papel na modulação dos sintomas nociceptivos. Portanto, a terapia tópica com agonista do receptor canabinóide parece suprimir a dor em queimação local.”
O papel do CBD no alívio e controle da dor foi amplamente discutido em vários artigos e existem várias confirmações na prática clínica.
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Ana Claudia Marques é redatora da CBD Fast Lane, escritora, Terapeuta Ocupacional, pós-graduada em Medicina Tradicional Chinesa e terapias integrativas, além de estudiosa sobre o potencial terapêutico das plantas.